passa novembro e traz orações quebradas

entre elas, a que sacode novo dezembro sem protagonismo

voz que me atrasa para que se desacelere o peso-gato dos anos –

este homem que aprenda o seu comportamento

(e onde os homens velhos se escondem)

corpo sem tintura dos arames que farparam

quando o erro que havia no menino passou

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na memória duas noites brigam, uma esperneia

no ombro e no queijinho do selo luz premiada da Tevê Você

que mama minha mama rebelde maisena que mal arrodeia

loucura sem sal, camiseta sem mel

popularidade que não calça medalha

mágico-sincerona, mão de arria, mas que tomba de escuro

e com ele monta a lua, come tua boca, vai, centauro, arreia

gentileza abrasiva, sorriso chumbo de afundar no lugar das picas

acostuma a dizer que não vai levantar da cama

se as patas dianteiras dos cavalos voltarem ao cão

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